Onde nos leva tanto barulho?

– É a melhor forma conhecida até então de fazer com que os comandantes sejam aquilo que de fato são, uma vez que são essas as pessoas que são obrigadas a tomar providências, dar declarações públicas e resolver conflitos – sem jingles de campanha, tempo na televisão e apoio publicitário;

– Da mesma forma, é nessa hora que a gente vê pra onde anda o direcionamento ideológico das pessoas. E não sejamos ingênuos: TODAS têm um, por mais simplista e alheio que seja. É um momento excelente pra gente avaliar em que sociedade estamos vivendo, onde estamos nos informando e de que forma, se nossa educação nos permite aprender com quem está além (e ensinar ou ajudar quem está aquém), e vale também para uma avaliação sobre o que de fato queremos (e como conseguir) pro nosso presente e futuro. Além disso, não existe momento melhor para observarmos se estamos sendo suficientemente responsáveis e competentes confiando nossa vida a certos responsáveis por viabilizá-la;

– Enxergar e estudar uma situação nos faz ampliar os pontos de vista. Os protestos de momento são apenas um de tantos pontos que podemos encaixar em nossa realidade. E dane-se se esse ou aquele aspecto não se encaixa em seu estilo de vida – é hora de pararmos de analisar a sociedade partindo do nosso próprio umbigo, e virmos no todo a unidade à qual pertencemos;

– Da mesma forma, de uma vez por todas descartar o partidarismo, e parar de discutí-lo como se fosse futebol. Está provado, comprovado e reprovado que a classe política da atualidade (e de tantas décadas) tem um único interesse, comum e incorruptível: o poder. E ele é enfraquecido no momento em que a democracia faz-se presente de forma literal (quando voltamos ao primeiro item dessa lista);

Aos que acham que os fatos dessa última semana não darão em nada, vale lembrar: não é uma questão de valor de tarifa, mas sim de valor social. A cidadania começa quando sabidamente exercida. Que essa fagulha se transforme numa fogueira, e que esse assunto não caia no esquecimento pela repetição. A discussão não pode se resumir a um problema, dado que nossa vida não é uma equação simples – ela se desdobra, e dia-a-dia os desafios se multiplicam. Que se multipliquem também nossas vozes e ações. Somente discutindo, refletindo e agindo, dá pra acreditar numa mudança pra todos.