Três parágrafos sobre as eleições de 2014

A atual gritaria reflete nossa total inabilidade de raciocínio. Me surpreende a busca desesperada por fatos (verídicos ou não) sobre “a equipe adversária”, tendo como fim reforçar a simpatia – ou enfraquecer a antipatia – por nossas escolhas. Uma pessoa inteligente não toma partido de última hora, nem se deixa influenciar pela onda de boatos do momento. Chega a ser ridículo o bandeirismo, mais até do que normalmente é. Sabemos como funciona o jogo de poder no país, e isso só vai mudar um dia se nossa mobilização for pelo verdadeiro bem comum – e não por aquilo que nos convém, coisa que 9 entre 10 de nós diz que não, mas continua fazendo. Resumindo: é burrice tomar pra si a pureza de uma cor contra outra, sendo que ambas continuam sendo a mesma coisa, em momentos diferentes. Tomar pra si a responsabilidade de acompanhar PRA VALER os candidatos que votamos (elegendo ou não) seria a primeira coisa adulta a ser feita depois desse carnaval todo. Mas nada vai mudar.

E afirmo isso tomando por base outro fato: as pessoas ignoram os absurdos que vieram ainda mais à tona nessa época – tanto em propostas políticas totalmente incondizentes com o nosso momento (o conservadorismo e as promessas “pelo bem da família” – um jeito bonito de se dizer que não são bem-vindos os pensadores, os homossexuais, os alternativos, e todo aquele que um dia tirou a rédea e viu que o mundo é muito mais que ciência exata, ou aquela fantasia escrita nos livros religiosos) como em opiniões pessoais dos amiguinhos afetados. Há espaço para todos sim – até para os que acreditam na tal fantasia: o problema é a insistência de botar o varal no quintal do vizinho, e achar que está tudo bem. Não está. Nunca esteve, e nunca estará. Se por um momento que fosse a gente conseguisse enxergar que o único bem possível é sermos aquilo que julgamos o melhor, respeitássemos as outras pessoas (que têm toda a liberdade do mundo em sair de casa – seja com um terno impecável ou com uma cueca na cabeça – isso não interfere nas nossas habilidades de comer, dormir, atravessar a rua e foder com maestria), a coisa andaria bem. Mas preferimos tolerar o preconceito, o elitismo, o fanatismo e a intolerância para justificar nossas escolhas.

Portanto, dane-se quem vencer essas eleições. Mais do que mudar alguma coisa lá em cima, devíamos mesmo é estar alarmados pela quantidade de coisas que temos que mudar aqui embaixo. Estamos nos mostrando cada vez piores, e pra variar, justificando nosso modo burro e inconsequente de tomar decisões importantes botando a culpa no vizinho. O na Dilma. Ou no Aécio. Ou no PT. Ou no PSDB.

Pra mudar, parte 1: o horário político

Dado que acabou a Copa (rolam lágrimas, rolo no chão de desespero), é hora de pensar no próximo grande evento do país: a tradicional eleição circense nacional. Dada a diarreia de coisas que pipocam por aí, resolvi fazer um negócio diferente, e ao invés de xingar vermelho ou amarelo, propor algumas mudanças no nosso modelo eleitoral e de gestão – que notoriamente está contaminado e cagado. Sendo assim, daqui em diante vou sugerir algumas coisas por aqui. Eu sei que não vai mudar nada, mas dane-se.

Pra começar, por que a gente paga R$300 numa camisa de futebol? Ou R$600 numa bolsa? Porque vendem, e a gente compra. E compra porque há todo um trabalho de marketing por trás desse processo. Pois muito bem: pra gente passar a comprar só o que precisa e com motivos, que tal limar o marketing e nos proteger de produtos defeituosos? Então a sugestão da vez diz respeito ao horário político, que pode funcionar de uma forma totalmente diferente – e muito mais interessante. Oito ítens, um novo cenário. Duvidam?

Foto pra causar polêmica

Foto pra causar polêmica

HORÁRIO POLÍTICO
Segue obrigatório, com uma hora de duração (senão a gente não assiste, convenhamos).

Formato:

– todas as promessas de campanha DEVEM SER CUMPRIDAS, funcionando o próprio horário político como documento de registro. Se elas dependerem “do que o governo anterior deixou”, não devem ser feitas. O não cumprimento dessas promessas acarreta em 4 ANOS DE SUSPENSÃO de qualquer cargo público, sendo O CANDIDATO E SEU PARTIDO INELEGÍVEIS nesse período. Sim, eleição equivale a entrevista de emprego: se você não cumpre, área. Sim, é radical. Mas sim, é pra levar a sério.

– todos os candidatos possuem o mesmo tempo de programa. Quanto mais candidatos, menos tempo (o que leva a disputa a uma possível polarização entre “situação” e “oposição”, com alianças mais explícitas e um menor número de candidatos);

– cenários, vinhetas e jingles são totalmente proibidos. Os candidatos devem tão e somente apresentar suas propostas com recursos audio-visuais semelhantes, num fundo neutro onde consta somente nome e número do sujeito. Sim, a disputa é de propostas, e não de quem gasta mais com marketing. O mesmo se aplica aos debates, que deverão ter presença e participação direta da população em pelo menos dois blocos;

– ataques, comparações e qualquer outro tipo de picuinha é totalmete vetada;

– dado que um cargo público visa O BEM COMUM, não há demérito algum em fulano aderir a determinada proposta de outro candidato. Sim, além de ser mais digno do que copiar e mudar o nome, deixa claro que o candidato possui senso crítico. Não dá vantagem nem tempo extra… só demonstra a humildade que um líder deve ter;

– candidatos a cargos menores devem ter no mínimo um minuto de programa, divididos durante todo o período de campanha. Suas plataformas, projetos e propostas devem constar em site próprio (padronizado entre todos, da mesma forma da propaganda eleitoral), que funcionarão documentalmente como o horário político, e ao final da campanha exibirão um balanço do que foi ou não aprovado, e por quais motivos – facilitando ao eleitor acompanhar o que o seu candidato fez ou não, e servindo de base pras próximas eleições.

– a participação no horário político se restringe aos candidatos, e seu conteúdo é TOTALMENTE VOLTADO às propostas, sem histórico político, pessoal e essas coisas que não fazem a menor diferença depois que fulano assume alguma coisa.

– boca de urna, comícios e afins continuam nos modelos atuais. As imagens dos mesmos são vetadas na propaganda eleitoral.

Bacana?

* E de novo: eu sei que não vai mudar nada – mas enquanto a gente não começar a cogitar novos modelos pros velhos costumes, vamos continuar discutindo vento e não saindo do lugar (que não tá nada bom, e nem apresenta grandes perspectivas). Ao invés de reclamar do vizinho, vamos botar a cabeça pra pensar e achar um raio de uma saída?

Queimem as bruxas

No Rio, um grupo de “justiceiros” endinheirados prendem pelo pescoço um moleque com uma trava de bicicleta no poste, e o deixam lá, nu e humilhado madrugada adentro. Em São Paulo, 100 desocupados invadem um treino de futebol pra quebrar as pernas dos jogadores, e atropelam os funcionários do Clube que tentam defender os atletas e a si mesmos.

Virou isso, tá tudo perdido – e é esse o veredicto óbvio.

Porque na era do ataque gratuito e da opinião de bate-pronto, a gente já se posiciona de cara e acusa o moleque (?) que era assaltante e teve o que merecia, já que a polícia é apática e o governo inoperante, e o cidadão tem mais é que se defender mesmo.

ESPEREM UM POUCO. Estamos falando de queimar bruxas em praça pública, meus amigos. Da justiça pelas próprias mãos. Do cara que risca teu carro e que você enforca no primeiro poste que aparecer, ou da empregada que quebrou um prato e você foi lá e quebrou a mão da coitada, em represália. É isso mesmo? A gente condena as manifestações populares, se distancia cada vez mais da maioria dos brasileiros (que continuam sem acesso a coisa alguma, inclusive a esse texto, pra dizer o mínimo), e com nossos iPhones registramos a violência descabida, pra que com meia dúzia de palavrinhas escritas em Impact ela vire piadinha de Facebook? O cara que não tem educação, comida, acesso, que vai pro shopping e é perseguido pela polícia, que não tem direito a ouvir sua música, a andar livremente sem levar um enquadro… esse cara é o verdadeiro criminoso num país que não é capaz de condenar um engravatado, e cuja liberdade só existe pra que, entre outros absurdos, um político faça uma vaquinha via internet pra que paguem sua fiança, após ele ter enfiado a mão BEM FUNDO em todos os bolsos possíveis?

Façam-me o favor. É fácil tacar pedra no ladrão de galinha mesmo.

E antes que me venham (e se vierem, será de se lamentar) me acusar de defensor de bandido (!), a minha dúvida é se esse clamor e indignação é uma bandeira que todo brasileiro levanta por cada abuso e lesão que sofre, seja qual for: moral, fiscal, física, social e etc. Como funciona o seu conceito de justiça, meu amigo? Você realmente vê nesse país “um país de todos”? Ou acredita, desde que “todos” não sejam pretos, pobres e favelados?

De novo: pensem antes de sair por aí espinafrando o moleque. A Roseana vai concorrer ao Senado, o José acabou de sair da presidência de lá faz 4 dias, e vocês querem falar de justiça?

Porque “fazer justiça com as próprias mãos” é permitir com que aquele que discorda de você te repreenda da forma que bem entender. É deixar que cada um reaja conforme a própria consciência (sendo que cada vez mais poucos são os que a têm). É achar certo que um cara invada um lugar pra quebrar as pernas do outro, “porque os gols não saem” – e se você acha isso engraçado, que tal seu chefe entrar no escritório e quebrar seus dedos, porque as metas não foram alcançadas?

Não é demais lembrar o quão machista a nossa cabeça ainda é, achando que muito problema a gente resolve mesmo é na porrada. De quê adianta o discurso, se da porta pra dentro você ainda espera que sua esposa faça as “tarefas de casa”? Você fica indignado em receber ordens de uma moça? Faz piada com a “Dona Maria do Volante”? Que tipo de exemplo você acha que o mundo recebe quando tua cabeça continua funcionando no século passado, onde o sexo determinava (declaradamente, pois isso continua a acontecer de uma forma hipócrita e velada atualmente) se você seria mandante ou mandado? Esse pensamento contaminado continua vivo, latente e repulsivo – e nos exemplos que surgiram aqui (pinçados num universo de tantos outros) continua evidente a necessidade da provação de virilidade por meio da estupidez. É absolutamente lamentável.

Eu não sou um cara politizado, nem preciso dizer. Eu sou o cara que acompanha de longe e procura ler as coisas certas antes de sair por aí falando merda – e nem sempre sou bem-sucedido nisso. Mas não preciso de muita inteligência pra ver que a ignorância geral (inclusive de uma maioria muito bem educada e com poder aquisitivo) está tomando rumos absurdamente perigosos. Achar bacana prender um cara num poste, quebrar as pernas de outro e outros absurdos demonstra um total descompromisso com a sociedade; um egoísmo absurdo em não ser capaz de se colocar na posição de quem é atingido pela violência gratuita, física ou psicológica; uma total falta de noção em identificar racismo, machismo, homofobia e outros cânceres que passamos adiante como se fossem piada. Estamos totalmente alienados, e procurando respostas prontas pra coisas que não conseguimos entender. E não conseguimos por uma simples razão: é impossível racionalizar irracionalidade.

Não vai mudar nada se, antes de qualquer coisa, a gente não respirar antes de reagir A QUALQUER COISA. Eu sou cético quanto a grandes mudanças imediatas, mas não perco a fé nas pessoas – tanta luta por espaços públicos, a direitos iguais, a cumprimentos da justiça escrita desse país… sim, existe uma vertente boa, e ela não é necessariamente chata, intelectual ou o escambau – às vezes ela é só bem-intencionada, e se sente acuada em não se manifestar por medo (justo) de represálias cada vez mais agressivas e infelizes – as mesmas que me fazem fugir de um espaço de tiroteio como um facebook da vida, e me trazem aqui pro meu canto, onde eu posso racionalizar com os que têm paciência e três minutos livres pra ler um texto em parágrafos.

Existe uma meia dúzia de pessoas que conheço (umas mais, umas menos) que me inspiram. Não sou seguidor cego, fanático e alienado de nenhuma delas, mas o funcionamento de suas cabeças me fazem coçar aqui. Acho que eu preciso fazer minha parte também, no pouco que me cabe e naquilo que me deixa indignado. Que a gente pare com essa atrofia cerebral imediatista e comece a pensar naquilo que somos, no que de fato queremos passar e o que fica daqui a pouco pra quem herda, se educa ou nos vê como exemplos. Estamos num caminho muito, muito errado. E se a gente não sentir vergonha daquilo que viramos, vai ser muito difícil reagir.

E sobreviver. Porque nunca se sabe quando vão querer te arrebentar por aí.

São Paulo for dummies

Eu li os 460 programas imperdíveis listados pela Vejinha pra comemorar o aniversário de São Paulo. Como eu não tenho bolso pra fazer 80% deles (e acho que tem muita besteira listada ali no meio, e outras trocentas coisas boas, decentes e óbvias completamente esquecidas – por motivos que só a VejaSP e seu mundo de endinheirados wannabe conhece), resolvi listar minhas preferências pessoais – e que meu bolso consegue pagar. Nada de muito inovador… só uma listinha pra quem nunca veio pra cá fazer o basicão sem ter que vender o corpo pra conseguir voltar pra casa:

Passeie pela Paulista

Sim, é um clichê. Sim, é que nem ir pra Buenos Aires sem passear pela 9 de Julio, ou ir ao Rio sem passar por Copacabana. É pra inaugurar os trabalhos mesmo. É de graça. E dá pra fazer trocentas coisas legais por lá – de tomar uma cerveja no Puppy a comprar um livro (ou não) na Cultura do Conjunto Nacional. Tem banquinha de suco, feira de quinquilharia, bazar e o escambau, com muita entrada franca. Como o estacionamento por lá é uma bica, vá de metrô.

Se enfie na Augusta
De preferência, no meio da tarde de sábado, e fique por lá até de madrugada. É um outro planeta, com habitantes de todos os tipos, gostos e abordagens: branco, preto, japa, turco, judeu, gay, pobre, rico, hipster, punk, tiazona descolada e tiozão do pijama – sim, é assim que o mundo funciona… com todo mundo junto. E sim, chegue e vá de metrô.

Vá ao Pacaembu
Sim, ver um jogo do Timão. E em outros tempos, valia a pena ir ao Palestra assistir a Porcada. Chegue antes (e à pé), tome uma cerveja e assista à Gaviões agitando na Charles Muller. Entre, assista ao jogo de pé na arquibancada (verde ou amarela, tanto faz – ou no tobogã, que é o batismo de verdade) e berrando todos os palavrões possíveis pra esse filho da puta arrombado de juíz de merda. Na saída, peça o sanduba de pernil na barraquinha da tia.

Fuja da Vila Madalena, Jardins e essas porras
Pra encontrar esse povo já existe o Facebook. Se enfie nos bairros – de preferência, os coloniais. Brás, Moóca, Pompeia, Liberdade, e sim: Zona Leste, que é um dos lugares mais autênticos, legais e com cara de bairro de verdade na cidade. Sim, é ali que moram os juventinos, as empregadas, os bóia-frias, os pedreiros, os velhinhos imigrantes e toda essa gente que você não vê na novela. É a vida.

Sim, Centrão
Outro clichê. Mas sempre diverte. E lá você não encontra tantos lugares da moda (que bom). Porém, tem o Dog do Pedrinho, o Café Girondino e o Mercadão (sim, é inigualável, amigo que não conhece). Galeria do Rock é outro clichê necessário – já foi melhor, mas ainda vale uma visita. De novo: tudo com entrada grátis e sem gente torcendo o nariz se você tá com a camisa falsificada do Mengão. E sim: os melhores contrabandos tão ali do lado. Só descer a Porto Geral (que é outra experiência) e se enfiar na 25 de março.

Coma uma pizza na casa de alguém
Comprovado: não existe pizza melhor do que a que você pede em casa. Então vá à casa de um amigo paulista e mande esse cara pedir uma pizza. Ninguém mais vai em pizzaria, porque o trânsito não permite. E sim, na Camelo e na Bráz você pede a conta e eles te entregam o valor e uma colher – pra você arrancar seus olhos em seguida. Fuja dessa babaquice.

Vá pro interior
Não temos praia. Mas temos Itu, Sorocaba, Campinas, Embu, ABC e afins, e as estradas com suas peculiaridades gastronômicas, de lazer e etc. Sim, é mais rápido do que subir a Rebouças.

Procure programas originais
Festa de São Vito, feirinha boliviana, artistas da Paulista… tudo isso está aí há anos, sem patrocínio de whiskey nem hambúrguer gourmet. Converse com as pessoas nesses lugares – sim, paulistas sabem falar quando não estão mergulhados em seus smartphones.

Enfim, acho que por cima é isso. A cidade é gigante – cada habitante daria outras dicas e a gente nunca se repetiria. São Paulo é legal sim, Tem gente muito bacana aqui, muito boa também. Mas como em qualquer lugar, a gente precisa conhecer, escolher e saber o que quer. Como tudo na vida – que assim como São Paulo, não é fácil, mas a gente aprende a lidar.

Quando eu for presidente do mundo…

Episódio 1 – ROUPAS

presidente_roupas

…e precisar comprar uma roupa nova, vai existir uma loja onde eu encontre camisetas de algodão, nas cores branca, preta, vermelha, amarela, verde, azul e afins (os afins não incluem rosa danoninho). Sem estampa, dois tipos de gola: redonda ou em V. Sem bolso, sem aplique, sem frases desconexas em inglês, sem etiqueta do lado de fora, sem caveira estampada.

Nela eu também vou encontrar um jeans, em que entrem minhas pernas e que não me faça parecer cagado, ou uma bailarina gorda. Vai cair bem, sem apertar mais que minha cueca, e ter umas três ou quatro lavagens, todas decentes. Nada de rasgado no joelho, tachinha na lateral ou tag na bunda, pois a intenção é usá-la todo dia, e não somente durante as festas do mês de junho. Tem que caber celular, carteira e chave no bolso. Cores de gente, e nada de branco.

Se precisar de uma bermuda, misture as definições de camiseta e jeans, e tá tudo certo. Um cinto? Preto. Fivela que encaixe, sem inspirações no The Big Bang Theory (fivela não é colete à prova de bala, nem escudo do Capitão América). Liso mesmo, do material que for. De pano inclusive. Meias, cuecas, tênis… seguem todos a mesma filosofia. Tudo junto, num só lugar. E justamente por oferecer tão e somente o básico, sem firulas, será um lugar acessível ao bolso.

Porque moda vai e vem. Mas algumas coisas são eternas.

*Inspirado num papo que tive com a Dé por diversas vezes. Deve virar uma série, que trate de como o mundo podia ser muito mais simples e fácil, mas a gente insiste em complicar absolutamente tudo.