Dois mil e treze

Foi bom.

Comecei e terminei 2013 viajando. Janeiro pra baixo, andar entre os pinguins, passar o aniversário no gelo, brincar de aventureiro e suar na Patagônia, novembro pra cima, me graduar em insanidade subindo o Monte Roraima na Venezuela. Do vento absurdo do Extremo Sul ao calor da Região Norte, mais alguns sabores no repertório. Conhemos gente da Argentina, Alemanha, Canadá, EUA, Japão, Irã, Israel (malditas), Coreia (malditos), Nova Zelândia (heróis), Venezuela e Chile, colecionamos histórias, fotografamos e filmamos muita coisa, fizemos alguns amigos e nos habilitamos a passar mais meia dúzia de dicas a quem quiser encaixar o pé nos nossos passos. Falei inglês errado fluentemente. Arrebentei o joelho, mas não desisti. A Dé encheu a lata de chocolate quente durante uma gripe portenha. Comemos bem. Comemos mal. Não tomamos banho, pra depois aprender o quanto é bom ter um mínimo de conforto. Tivemos muito conforto.

Levei minha menina pra assistir show no Cine Jóia. Minha irmãzinha voltou do estrangeiro. Um dos meus melhores amigos comprou apartamento e está se amarrando pra valer. Ganhei mais um sobrinho. Revi e me reaproximei de gente que não via há uns 15, 20 (e talvez mais alguns) anos. Tirei encontros do Facebook e coloquei-os na vida real. Fui pro Rio a negócios com uma cliente carioca, e tomei cerveja com outras ilustres duas, que pouco depois recebi aqui em casa. Entre almoços, cafés e happy hours, revi muitos amigos e fiz outros tantos. A Pimpolhinha passou uns dias aqui em casa. Fui numa rave, e sobrevivi. Vivi minha primeira passeata in loco – meio perdido, mas feliz. Li um livro (sim, pra mim ainda é um desafio). Montei mesa, banco, rack e prateleira. Recebemos os amigos pra rodadas e mais rodadas de cerveja, cachorro-quente, hambúrguer e RockBand. Cozinhei pra cacete, e acertei a mão muito mais que errei. O São Paulo não ganhou nada esse ano. O Fluminense caiu pra série B, mas pra variar… Nadamos muito, e bem. Compramos smartphones.

2013

Obviamente, nem tudo são flores. Minha passagem de ano foi boa, mas o Natal passado foi uma bosta. O pau quebrou em família. Fui processado (mas ganhei, então era ruim, mas ficou bom agora). Levei trocentas multas. Fomos eliminados pelo Boca na Libertadores. Queimei meu primeiro feijão. Meu carro deu novos vários prejuízos. Tem vazamento no apartamento. A Dé continua trabalhando no Taboão. A pizza anda vindo sem amor. Às vezes, o dinheiro não sobra como a gente gostaria. Meu micro às vezes dá dor de cabeça, nas horas mais inoportunas. Dexter acabou, e acabou zoado.

Profissionalmente, o ano foi excelente. Novos cliente e parceiros, aqui e fora do Brasil. Trabalhos muito legais, uma exposição ótima, remuneração bem boa, e a fila andando (e crescendo). Porém, numa promessa pessoal, disse a mim mesmo que não abriria detalhes dessa parte da minha vida. E vou cumprir, porque dá certo assim.

Por fim, ela continua sendo minha metade favorita e perfeita (mesmo não lavando a louça). Estabeleci um espaço e uma distância segura e boa, e agora irmão, sobrinha e cunhada estão por perto. A mãe vai bem, mas podia ir melhor (e depende dela, já conversamos sobre isso). A vida seguiu bem. Estamos com saúde, continuamos sonhando, e desses sonhos a gente põe no papel o que dá e faz vontade virar projeto, que vira realidade. Obviamente, sempre falta muita coisa, mas o que seria de um ano novo sem uma lista repleta de pendências…? É isso.

Que venha 2014. Até lá ainda temos 12 dias. Dá pra fazer coisa pra burro.

Mas 2013 foi bom.