Meu vídeo do Facebook, ou quase isso

Achei justo usar esse dia 28 – uma Black Friday, segundo os ianques – pra agradecer ao ano que passou, e ainda passa – afinal de contas, ainda faltam 33 dias pra esse cara dar o fora. Melhor me adiantar e fazer isso agora, antes desse recado se perder no meio dos milhares de votos trocados durante a segunda quinzena de dezembro.

Foi um ano intenso, esse 2014: fiquei praticamente sem família em SP; realizei um dos meus 3 sonhos profissionais; lancei um projeto que nem projeto era – e que foi parar no site do meu time, na SporTV, na Record, na Globo, em tudo o que é canto; tive possivelmente minha melhor festa de aniversário (com direito às mais diversas mesas, pessoas, idades e origens); atravessei um oceano pela primeira vez na vida; assisti do estádio do meu time a um jogo de Copa do Mundo; fui chamado pra ser padrinho de um casamento mais que esperado; encontrei e reencontrei muitos amigos; consertei minha geladeira; enfim assisti a um show do Metallica (e sim: do Megadeth também, e por que não dizer que outro do Jorge Ben Jor?); pude cuidar da Pequena – e ela pôde cuidar muito de mim, em mudanças que foram excelentes pra nós dois. Acho que é um belo resumo, pra não ficar me alongando demais nas coisas que aconteceram por aqui. Quem esteve por perto conhece as histórias.

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Óbvio que rolaram problemas, mas deles eu não vou falar. Assim como rusgas, desentendimentos, perdas. Prefiro lembrar do que me faz bem ou que me move, pra fazer disso combustível pros próximos passos. Novamente, não tenho resoluções de ano novo: tenho projetos que começam agora, outros daqui a pouco, e mais alguns que já estão andando. Meu time não foi campeão de nada esse ano – isso também é uma nota negativa. De resto, tá tudo bem.

Portanto, eu queria agradecer a todos que fizeram parte disso. Eu seria muito injusto tentando citar todos, um por um. Mas fiz um apanhado rápido desses momentos que citei – e de outros, que aconteceram por aqui. O ano de 2014 me fez muito feliz em muitos aspectos. Me trouxe muito mais do que tirou. E por ele, eu assino aqui o meu obrigado.

P.S.: Mas prefiro o ao vivo ao virtual. Já tenho cerveja sábado, festa domingo, e aceito todo e qualquer convite de reuniões durante as próximas semanas (e nas seguintes também). Melhor do que ter vivido muito por aqui, foi ter vivido ainda mais fora do perímetro virtual.

Quer que eu desenhe…?

Fim de ano, época de apartheid. Depois do ocorrido (e relatado) no texto anterior, algumas pessoas mudaram radicalmente seu modo de agir comigo. Umas próximas, outras nem tanto. Definitivamente ter um determinado ponto de vista e/ou opinião formada neste momento em especial incomoda (e muito) os que “não estão contigo”. Não dou a mínima – diz a sabedoria popular (sim, ela existe) que a gente só deve discutir com quem tem capacidade de argumentação – coisa que notoriamente alguns agora identificados não têm.

Então tomei uma decisão. Duas, na verdade. A primeira é que durante algum bom tempo me expressarei publicamente sobre questões sérias como um verdadeiro idiota abobado. Melhor ainda: não me expressarei coisa nenhuma. Que se danem os que estão sedentos por algum sentimento de vingança, ou mesmo os ufanistas que a partir de agora estarão cegos por uma razão que não existe. Enquanto as pessoas se sentirem no direito de esfregarem verdades pessoais na cara alheia, eu não farei parte do circo. Me deu bem no saco esse clima de torcida organizada. Não entro mais em guerra. Não perco tempo da minha vida discutindo com quem não me conhece (ou pensa que conhece). Mais: está cada vez mais fácil identificar os babacas – e ignorá-los passa a ser um dever, quase uma demonstração de sabedoria.

Porém, isso é muito cômodo. Então, a tal segunda decisão: vou usar aquilo que tenho de melhor pra tentar fazer algum bem pras pessoas – todas elas. Na minha cabeça, a única forma de nossa espécie evoluir de fato se dá numa equação de três coisas: berço, respeito e educação. As duas primeiras infelizmente não estão ao meu alcance, mas posso dar uma força na terceira. Do meu jeito. Mal não vai fazer se eu tentar, não é mesmo?

Pra fechar o texto (e justificar o que eu farei daqui a alguns dias): na minha opinião, existe uma avalanche de auto-engano acontecendo. Uma caça incessante por “culpados” – uma apontação desenfreada de dedos: “pra você que defende o bolsa-miséria”, “pra você que não liga pra falta d’água de dentro do seu condomínio de luxo”, “pra você que acha bonito passear abraçando outro macho”, “pra você, coxinha que pára seu SUV em fila dupla”, “pra você que defende vagabundo”, “pra você que acha que Miami é a solução”, “pra você que vota em corrupto”. As pessoas fazem o que fazem por motivos próprios (que a gente não entende, porque não dá pra sacar quem é esse cara só olhando perfil e status de facebook – a conta é simples). Porém, não há preocupação em dialogar. Não há vontade de refletir, de apontar os problemas e justificá-los se for o caso, e muito menos de mudar de opinião. Está fácil demais culpar o cara que não veste a mesma roupa, não usa as mesmas cores, não acredita nas mesma coisas, que não tem as mesmas necessidades e preocupações – e que por tudo isso, tem outro ponto de vista. Certo? Errado? Isso é outro problema. É na diversidade que a gente evolui. Sim: as unanimidades são burras, pois não contestam.

Então, antes de apontar o dedo e virar o nariz pro seu ex-querido, pense bem o quão justo você está sendo. Contextos sociais envolvem um todo, e não somente a gente – e por mais absurdo que pareça, tem gente por aí que ainda prefere pensar o todo ao umbigo. Vou tentar fazer algo de bom por aqui – esse é meu compromisso, com o todo. Espero que você esteja fazendo algo de bom por aí também, ao invés de continuar alimentando a cultura do ódio.

E uma úlcera, de tabela. Porque intolerância tem efeito colateral.